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sexta-feira, 28 de junho de 2013

Fora do Arraial

Leitura: Hebreus 13:17
 
“Saiamos, pois, a ele [a Cristo], fora do arraial, levando o seu vitupério”.
 
Para muitos cristãos ainda associados a algum dos incontáveis sistemas denominacionais existentes hoje na cristandade, não parece muito clara a ideia de como alguém que também se diz cristão possa não pertencer a nenhuma dessas associações. Erroneamente, alguns creem que se uma pessoa não faz parte de um grupo específico de cristãos, devidamente identificado por uma espécie de “rótulo ministerial” – os assim chamados “ministérios denominacionais” – essa tal pessoa não está, de fato, vinculada a Cristo, pois não há qualquer menção nas Escrituras – afirmam os que defendem essa ideia – de que um cristão possa viver “isolado”.
 
Primeiramente, é importante deixar claro que toda essa confusão existente hoje na cristandade com respeito às inúmeras facções, partidos, seitas e denominações cristãs, com seus incontáveis ministérios e subdivisões, não tem qualquer respaldo ou fundamento bíblico e, embora Deus, por sua longanimidade para com o Seu povo – os santos, a Igreja – continue tolerando esses e outros abusos da carnal insensatez humana, Ele jamais aprovou a persistente afronta daqueles que insistem em manter-se partidários desses sistemas, mesmo depois – o que lhes agrava ainda mais a culpa – de terem sido confrontados com o mais claro e genuíno ensino das Escrituras expondo e condenando todo o erro por detrás desses sistemas ou ordens puramente humanas impostas sobre os membros do corpo de Cristo. É incontestável, por exemplo, pelo próprio contexto, a aplicação de 2 Coríntios 1:12 e 3:4 à enorme e lamentável confusão tão presente hoje no meio da cristandade. A mesma carnalidade que deu origem as divisões entre os coríntios, tem sido a causa das inúmeras divisões que por séculos têm afligido a Igreja de Cristo. Nenhuma denominação, seita ou partido cristão está isento, portanto, da culpa por este pecado, ainda que com as melhores intenções tenham elas sido estabelecidas por homens piedosos e tementes a Deus, mas que fracassaram – alguns por ignorância, outros por omissão – em dar este lamentável passo em direção contrária à perfeita vontade de Deus para o Seu povo, fomentando ainda mais este triste erro secular que nos tem privado da mais plena e genuína comunhão que deveria haver entre todos os membros do corpo de Cristo à semelhança do que será no céu (Mateus 6:10).
 
Em segundo lugar, aqueles que decidiram separar-se de toda essa confusão, cientes da desonra e do triste testemunho para o mundo que toda essa ordem humana tem trazido ao santo nome de Cristo, não o fizeram por que desejaram “isolar-se” como pode parecer aos que não têm tido a coragem necessária para pôr em prática aquilo que a Palavra de Deus estabelece como Sua perfeita vontade para os que desejam cumpri-la. Aliás, Deus está disposto a revelar Sua perfeita vontade, mas apenas aos que desejam pô-la em prática, e não àqueles que apenas desejam conhecê-la (João 7:17). Querer ‘conhecer’ não é suficiente, é preciso querer ‘fazer’! Em 2 Timóteo 2:20, ao apresentar a cristandade como uma ‘grande casa’ Paulo nos instrui a nos ‘purificarmos destas coisas’, para que sejamos ‘vasos para honra’. De que coisas devemos nos purificar? Certamente de tudo aquilo que desonra o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, o que inclui toda esta confusão causada pelos ‘vasos de desonra’ também presentes na grande casa. Paulo nos diz ainda que somente um ‘vaso de honra’ está preparado para ‘toda boa obra’. Pergunto: Algum membro do corpo de Cristo, associado a um grupo cristão em particular poderá, em todos os aspectos, ter plena liberdade para tratar com os membros do corpo do Senhor atrelados a outro grupo distinto? Não creio que ele tenha essa liberdade e, portanto, em seu testemunho cristão ele não estará assim preparado para TODA boa obra que o Senhor queira usá-lo. ‘Purificar-se destas coisas’ significa, portanto, ‘separar-se’ da desordem presente na grande casa, contudo não para viver “isolado”, pois de fato a Bíblia não nos recomenda isto, embora em circunstâncias extremas não exista outra saída para os que querem cumprir a vontade de Deus e viver para a Sua glória. A Bíblia e a própria história registram incontáveis exemplos de homens que se levantaram contra tudo aquilo que desonrava o santo nome do Senhor e que, por isso, foram perseguidos, desprezados, e até mesmo torturados e mortos por decidirem não tomar parte naquilo que suas consciências expunham como um agravo à santidade que Deus requer de Seu povo. Eles pagaram um alto preço por decidirem ‘separar-se’ do erro. Quantos hoje estão dispostos a pagar esse preço e a mostrar que o ‘nascer de novo’ é uma questão de ‘natureza’ e não de afiliação a uma instituição ou ordem humana? Quantos?
 
Finalmente, a passagem da leitura (Hebreus 13:17) nos conclama a sairmos do que hoje poderíamos chamar de “arraial” da cristandade, com todos os seus ofícios e tradições, muito semelhantes ao que se via no arraial do judaísmo, e a sofrer o vitupério, isto é, a desonra que Cristo sofreu por romper com tudo aquilo que Sua morte na cruz anulou definitivamente. Contudo, devemos estar cientes de que assim como Cristo não recebeu a honra dos homens ao romper com aquelas tradições, também não receberão o louvor dos homens àqueles que decidirem separar-se desta confusão no atual “arraial” da cristandade. Pense nisso!
 
D. S. Castro.

terça-feira, 25 de junho de 2013

O Contraste entre o “UM SÓ CORPO” e as muitas seitas e divisões

[...]
 
Apesar do desejo do Senhor para que o Seu povo expressasse uma unidade coesa, visível e prática neste mundo, estamos todos divididos em diferentes seitas – cada uma com suas próprias crenças e práticas peculiares à sua própria seita. Como poderia algo assim ter a aprovação do Senhor?
 
Diante dos primeiros indícios de divisão na igreja primitiva, o apóstolo Paulo foi dirigido pelo Espírito a escrever “Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que digais todos uma mesma coisa, e que não haja entre vós dissensões... cada um de vós diz: Eu sou de Paulo, e eu de Apolo, e eu de Cefas, e eu de Cristo. Está Cristo dividido?” (1 Co 1:10-13; 12:25). Aqui, na linguagem mais clara possível, Paulo roga em nome de Deus a todos os crentes, pela glória do Nome do Senhor Jesus, que não tenham divisões! Todavia, quando olhamos ao redor no cristianismo professo de nossos dias, vemos que aquilo que as Escrituras denunciavam aconteceu à igreja! Quantos milhares de cristãos estão dizendo “Eu sou de Roma” (Católica Romana), “Eu sou de Lutero” (Luterana), “Eu sou de Wesley” (Metodista), “Eu sou de Menno Simons” (Menonitas) etc. Se outrora entristecia ao Espírito escutar cristãos dizendo “Eu sou de Paulo” e “Eu sou de Apolo”, etc., será que agora agrada ao Espírito ouvi-los dizer “Eu sou de Lutero”, “Eu sou de Wesley”, etc.? Se naqueles dias do princípio da igreja isso foi denunciado como carnalidade, poderia a mesma coisa ser hoje chamada de espiritualidade? (1 Co 3:1-5). As muitas denominações colocaram de lado a ordem de Deus para a adoração e o ministério, e também para o governo da igreja, e estabeleceram uma ordem própria, completa, com todos os seus credos e regulamentos eclesiásticos. E, ao agir assim, criaram uma triste divisão na igreja [...]

Pense nisso!


[Trecho da obra "A Ordem de Deus", de Bruce Anstey. Tradução: Mário Persona]

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Examinai as ESCRITURAS!

Texto bíblico: João 5:39


Em que medida ou com que frequência você que se diz cristão costuma ‘conferir’ nas Escrituras tudo aquilo que seus líderes apresentam a você como a verdade do evangelho? Os cristãos de Beréia costumavam fazer isso com tanta avidez que são apresentados por Lucas como “mais ‘nobres’ que os cristãos de Tessalônica” (Atos 17:11).
 
Seus líderes lhe instruem a confrontar aquilo que ensinam com a Palavra de Deus? Você costuma fazer isso? O falso ensino de que somente alguns têm recebido de Deus a “capacidade” e o “direito” de interpretar as Escrituras é ainda uma ideia muito difundida entre alguns grupos cristãos, porém tal ensino não se sustenta à luz de um minucioso exame da própria Escritura, que por vezes nos conclama a examiná-la com sobriedade, sempre buscando nela o discernimento necessário à nossa prática cristã.
 
Ademais, a salvação eterna é algo muito sério para que a deixemos nas mãos de homens tão falhos quanto nós, e a Bíblia não nos recomenda isso. Somos instados a nos conduzir por seus estatutos [os da Bíblia – a infalível Palavra de Deus] e não pela tradição e ensinos particulares de homens cujo único interesse em promover a particular e exclusiva interpretação das Escrituras pelo chamado “clero” é manter os ditos “leigos” em total submissão a eles [Um ensino muito conveniente para o tal “clero”, por sinal!].
 
Além disso, todos nós temos a capacidade de compreender a mensagem das Escrituras se nos dispusermos a ouvir a voz de seu único intérprete por excelência, a saber, o Espírito Santo de Deus, pois é Ele quem, através das Escrituras, convence “o mundo do pecado, da justiça e do juízo” (João 16:8).
 
Conquanto muitos, por conveniência, têm preferido receber tudo, digamos, “mastigado” de seus líderes sem se dar ao trabalho de verificar “se as coisas [são], de fato, assim” e, por tal atitude insensata, acabam depositando neles [em seus próprios líderes] a esperança de seu destino eterno, nós, como genuínos discípulos de Cristo, devemos examinar prudentemente à luz das Escrituras tudo aquilo que nos é apresentado como ‘biblicamente fundamentado’, pois se assim o for, assim se revelará pela própria Palavra!
 
O fato final e crucial é, portanto, que NINGUÉM, uma vez confrontado com a sua total responsabilidade de examinar as Escrituras em busca da verdade, poderá ‘NAQUELE DIA’, em que multidões estarão diante de Deus para receber sua sentença, alegar diante Dele que foi enganado por seus líderes, pois a Palavra de Deus nos foi dada por Ele para que a tudo examinemos e julguemos por meio dela e para que por ela vivamos; e uma vez que isso seja feito, ela estará sempre pronta a revelar-nos, por intermédio do Santo Espírito de Deus, todos os Seus eternos desígnios que, por sinal, são revelados somente aos simples (Mateus 11:25) e jamais aos soberbos e presunçosos, ‘embebecidos’ por sua tradição (Marcos 7:8; Colossenses 2:8; Tiago 4:6; 1 Pedro 5:5); e a tantos quantos, com sinceridade de coração, assumirem essa responsabilidade que nos cabe de buscar conhecê-Lo [a Deus] por intermédio de Sua Santa Palavra, Deus diz: “Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam” (João 5:39).
 
Sua indisposição em buscar a verdade nas Escrituras, acreditando cegamente já tê-la recebido pela “boca” de alguém ou por intermédio das tradições e ensinos de homens, sem ao menos confrontá-los com o claro ensino da Palavra de Deus, poderá, lamentavelmente, ser a sua sentença de morte... e de MORTE ETERNA! Afinal... como dito antes, ‘ninguém poderá se justificar diante de Deus alegando ter sido enganado por outrem, mas cada um dará conta de si mesmo a Ele’ (Romanos 14:12). Pense nisso!
 
D. S. Castro.

domingo, 16 de junho de 2013

DENOMINACIONALISMO: UMA ORDEM DE DEUS OU DO HOMEM?

Todos os cristãos, em maior ou menor medida, buscam na Palavra de Deus (a Bíblia) o caminho da salvação, mas parece que são muito poucos os que, após terem sido salvos, buscam na Palavra para saber como o Senhor gostaria que se reunissem para a adoração e o ministério da Palavra. Apesar de todos acreditarem que só existe uma forma de serem salvos, muitos consideram que deve ficar a critério de cada um escolher como devem adorar. No cristianismo de nossos dias, parece que os cristãos estão agindo como os filhos de Israel no tempo dos Juízes: Cada um fazia o que parecia bem aos seus olhos(Jz 17:6; 21:25; Dt 12:8; Pv 21:2). Como resultado disso, existe hoje uma imensa variedade de opiniões sobre a adoração cristã, e boa parte conflitante entre si. Ao longo dos anos a maioria dos cristãos tem adorado cada um à sua maneira ou segundo um estilo peculiar às suas preferências pessoais e afiliação denominacional.
 
Por gerações os cristãos têm literalmente aceitado o que a tradição legou à igreja sem questionar. Na verdade, a maioria acha que é assim que Deus quer que seja. Será que Deus se importa com a maneira como o Seu povo O adora, ou o modo como se reúnem para o ministério da Palavra? Será que Ele tem uma opinião a respeito deste assunto? Já é hora de voltarmos aos fundamentos do cristianismo e buscarmos novamente nas Escrituras o que Deus tem a dizer sobre o assunto da ordem na igreja. Já que ela é a “igreja de Deus” (At 20:28), certamente Ele deve ter algo a dizer sobre o modo como os cristãos devem adorar. Cremos que o padrão para a adoração cristã e o ministério da Palavra, e também para o governo da igreja, estejam na Bíblia, mas parece que a maioria dos cristãos perdeu isto de vista.
 
Já que devemos estar sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em [nós](1 Pd 3:15), precisamos ser capazes de dar uma resposta vinda da Palavra de Deus quanto à razão de adorarmos do jeito que o fazemos. Sendo assim, será que podemos apontar a autoridade das Escrituras para o modo como nos reunimos como cristãos para a adoração e o ministério da Palavra? Ou será que estamos apenas seguindo as tradições dos homens?
 
Pense nisso!
 
[Trecho da obra “A Ordem de Deus”, de Bruce Anstey, traduzido por Mário Persona e publicado por Verdades Vivas]

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Seguir a Cristo, mas pelos motivos corretos

(Leitura: João 2:23-25)
 

Você acredita que todos os que seguem a Cristo o fazem com boas intenções? Certamente, a passagem acima nos revela que muitos daqueles que ‘creram no seu nome’, na verdade, não o seguiam porque, arrependidos, desejavam o alívio para sua culpa e o perdão de seus pecados. O contexto nos mostra que suas intenções eram outras, a saber, ‘os sinais que [Cristo] fazia’. Além disso, mais adiante, no mesmo evangelho de João lemos sobre outra ocasião em que “... grande multidão o seguia, PORQUE via os sinais que [Ele] operava sobre os enfermos” (João 6:2), e confirmando suas verdadeiras intenções [das multidões que o seguiam, é claro], lemos no verso 24 do capítulo 2, que ‘o próprio Jesus não confiava neles, porque a TODOS conhecia’.
 
Em nossos dias, as coisas não são tão diferentes. Muitos dos que se achegam a Cristo não o fazem porque se reconhecem completamente perdidos e carentes da salvação eterna. Há quem o siga para ver-se livre de uma doença ou moléstia física; há aqueles que o seguem na esperança de prosperar financeiramente; há até mesmo os que creem Nele como uma espécie de agenciador de milagres junto ao Pai, fazendo de seu santo nome a “promissória” que Deus requer para conceder a benção; outros o veem propriamente como um milagreiro, curandeiro e auxiliador nas horas difíceis, e que estará sempre pronto a operar o milagre que tanto desejam. Em suma, todos estes, sem exceção, estão apenas interessados ‘nos sinais que ele fazia’ (verso 23) e não na ‘vida eterna que Ele quer dar’ (Romanos 6:23). Como C. S. Lewis certa vez disse: “...muitos o consideram como um piloto considera o seu paraquedas; está lá apenas para emergências...”. Pense nisso!
 
D. S. Castro.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Não confie em Você!


Na Bíblia, sempre ouvimos Deus dizendo ao homem: “Eu serei contigo”, “Eu te ajudo”, “Eu te guardo”, “Eu te sustento com a minha mão”, “‘Confia’ ou ‘Confiem’ em Mim”, e outras declarações semelhantes. Jamais ouvimos Deus dizer: “Confie em você”, “Você é capaz”, “Você tem valor”, “Ame-se a si mesmo” e coisas do tipo. Até mesmo quando Moisés foi por Ele repreendido após relutar em apresentar-se diante do faraó para exigir a libertação de Seu povo, Ele não tratou com Moisés nestes termos, isto é, motivando-o a confiar em si mesmo, mas lhe respondeu: “Quem fez a boca do homem?... Não sou eu o SENHOR?” (Êxodo 4:11). Deus sempre toma a glória para Si. Ele nunca a dividirá com ninguém (Isaías 42:8). Ao contrário dos “jargões” motivacionais muito em voga hoje, que procuram “massagear o ego humano” disseminando o conceito antibíblico da auto-estima - da auto-valorização do homem - o próprio Deus declara em Sua Palavra: “Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne o seu braço, e aparta o seu coração do SENHOR!” (Jeremias 17:5) e, em seguida, arremata: “Bendito o homem que confia no SENHOR e cuja esperança é o SENHOR” (verso 7). Pense nisso!
 
D. S. Castro.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Cristãos "Isolados"?

Alguns acham que não é possível a um cristão viver “isolado”, isto é, sem estar associado a algum grupo, partido ou denominação cristã. Por muitos anos, eu também pensei assim. Contudo, mesmo de formação evangélica, e como membro de uma denominação muito conhecida no Brasil, desde cedo aprendi com meu pai que os membros de todas as demais denominações cristãs – exceto os grupos tradicionalmente tidos como “seitas” – deveriam também ser considerados como “irmãos” em Cristo. De fato, esse ensino essencialmente bíblico, tenho trazido comigo por todos esses anos, e jamais o negarei, embora hoje, eu não pertença mais a nenhum sistema eclesiástico aquém dos padrões bíblicos, quer denominacional ou não, os quais como já expus antes, não nasceram da vontade de Deus, mas do homem, e – o que é mais grave – em detrimento daquilo que o próprio Senhor Jesus Cristo, em Sua Palavra, estabeleceu para o Seu Corpo: A Unidade da Igreja [Não confunda com ‘Ecumenismo’].
 
No entanto, viver essa prática estando associado a algum grupo ou “partido”cristão, é um tanto “demagogo”, pois quando somos confrontados com questões em que divergimos dos demais [em geral, questões ‘não-doutrinárias’], quando não nos privamos de opinar, sempre buscaremos defender ‘as institutas’ do grupo ao qual pertencemos, isto é, não deixaremos de “puxar a brasa para a nossa sardinha”, e isto é sempre contraproducente à causa do Evangelho.
 
Quando olhamos para o Novo Testamento com um desejo sincero de entender como se dava a ordem dentro do Corpo de Cristo nos tempos primitivos, jamais poderemos justificar o que hoje erroneamente se entende por “igreja” no seio do cristianismo. Refiro-me à liturgia do culto, aos abusos e distorções acerca dos dons ministeriais, que, por sinal, tornaram-se hoje “títulos honoríficos” e ao muito conveniente [para os líderes, é claro!] estabelecimento de hierarquias clericais [Bispos, pastor-presidente, pastor-assistente, dirigente de congregação, dentre tantos outros cargos e funções que visam apenas reforçar e fomentar ainda mais uma distinção antibíblica entre os “diversos níveis” de poder e autoridade dentro da Igreja, o que tem sido mal interpretado, por pura conveniência]. E o que dizer dos “leigos” sobre os quais todos estes “líderes” exercem domínio, os quais em geral estão cegamente sujeitos a eles. Não encontramos esse ensino no Novo Testamento.
 
O lamentável, é que dentre os incontáveis erros dentro de todo esse sistema rigidamente formal [e reforço: ‘humano’] está a ideia de que aqueles que estão fora dele não são considerados cristãos [crentes], pois, segundo dizem estão “isolados” dos outros. Alguns até mesmo costumam dizer que o “tal”crente que assim vive está ou “desviado [afastado] dos caminhos do Senhor” [não seria da denominação a que pertencia?] ou que o tal “apostatou da fé”. Esse erro leva a outros, dentre os quais está o fato de que o crente que não se congrega segundo o padrão estabelecido por esse sistema [o que consiste em“assistir aos cultos”] pode, como dizem alguns, “esfriar na fé”. Ao que parece, dentro dessas agremiações cristãs, o “termômetro espiritual” do crente está, ainda que em parte, relacionado ao numero de “cultos” que ele “assiste” ou às funções, cargos e “ministérios” que ocupa dentro da hierarquia mencionada.
 
Há aqueles que até mesmo chegam a criar princípios e “frases de efeito” para supervalorizar suas práticas com respeito à questão do culto: “Cada culto perdido é uma benção a menos!”, “Perder o culto é perder a benção”, e outros jargões semelhantes. Meu Deus, quanta ignorância, quanta imaturidade, quanta PRESUNÇÃO...
 
Não raras vezes, usando de uma exegese pouco recomendada, tomam textos das Escrituras e o interpretam a fim de apoiar suas convenções pré-concebidas e convenientemente estabelecidas. Por exemplo, tomando o texto de Hebreus 10:25, que diz “não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns”, dizem que não devemos abandonar à “igreja” [referindo-se à denominação, é claro!], pois, com isso, estaremos deixando os caminhos do Senhor, isto é, nos “desviando”.Ora, o texto em questão não está sequer fazendo menção, mesmo remotamente, sobre “igreja” ou denominação, mas à prática de nos congregarmos com aqueles que comungam a mesma fé, fundamenta unicamente nas Escrituras. “Congregação” aqui significa reunião e não “igreja” [templo físico, edifício de tijolos, etc.] e muito menos “organização humana” [denominação, seita, partido, etc.]. Repito: “Congregar”refere-se ao ato de se reunir com os que com um coração puro invocam ao Senhor (2 Timóteo 2:22). E isto todos os cristãos fazem, e de forma muito mais livre e autêntica [na liberdade do Espírito, é claro!], quando o realizam unicamente sob a direção do Espírito Santo, tendo apenas Cristo como centro (Mateus 18:20), e não o homem, como não raras vezes se vê nos sistemas denominacionais, onde a formalidade imposta pela chamada “ordem” do culto acaba inibindo a liberdade do Espírito, que é impedido de usar a quem quer e como quer, pois um “roteiro”deve ser seguido. Além disso, as ditas “autoridades eclesiásticas” acabam por inibir também os ditos “leigos”, a quem Deus deseja usar com um dom que Ele concedeu por Seu Espírito, em nome de uma suposta “ordem” no culto. Seria possível, nesse sistema, alguém que recebeu o dom de exortação, por exemplo, repreender o dito “pastor” que anda de maneira inconveniente e dissoluta?
 
Com total isenção e sem usar de parcialidade, responda a você mesmo: Você consegue ver no Novo Testamento o tipo de “culto”, ou toda a liturgia formalizada, tão amplamente aceita e praticada hoje nas incontáveis denominações cristãs?
 
Apesar do tom jocoso de minhas declarações logo abaixo, creio que elas podem muito bem refletir [excetuados os exageros da sátira proposta, é claro!] a prática corriqueira nos ditos "cultos" de grande parte das "igrejas" que existem por aí hoje:
 
“Canta mocidade, canta coral, canta o irmão ou irmã que chegou cedo só para poder colocar seu nome no roteiro, canta o metido a ‘cantor gospel’, ‘canta o galo’ [seria o mesmo que cantou quando Pedro negou Jesus? Só faltava essa!]. Enfim, nos últimos minutos do ‘culto’, o ‘pastor’,ou outro ‘obreiro’, que foi ‘revelado’ ao pastor, deveria entregar a mensagem, traz a ‘tão esperada’ PALAVRA DE VITÓRIA!”
 
Isso tudo não lhe parece familiar? Pois é, infelizmente é isso o que muitos hoje conhecem por culto cristão, mas que não resiste a uma honesta análise à luz das Escrituras! Pense nisso!
 
D. S . Castro.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Um Chamado à Separação

Apesar de não sermos chamados a consertar a confusão que existe no testemunho cristão, existe algo que somos chamados a fazer para nos colocarmos na posição correta em relação a essa confusão. O apóstolo Paulo descreveu o abandono da Verdade no testemunho cristão como algo tão confuso que apenas o Senhor seria capaz de distinguir entre os que são reais e os que são falsos. Ele segue dizendo que nossa responsabilidade nisso tudo é nos apartarmos daquilo que sabemos que está errado, e que é inconsistente com a verdade das Escrituras. "Qualquer que profere o nome de Cristo [o Senhor] aparte-se da iniquidade" (2 Tm 2:19).
 
A fim de ilustrar este ponto tão importante, Paulo usou a figura de uma "grande casa" para descrever a confusa condição existente na cristandade. Na casa há uma mistura de vasos "de ouro e de prata" (os verdadeiros crentes), e também de "pau e barro" (os falsos, meros professos). Alguns desses vasos são "para honra" e alguns "para desonra". Se um cristão pretende ser um vaso "santificado" para honra, adequado para todo e qualquer uso para o qual o Mestre possa convocá-lo, ele precisa passar pela experiência de se purificar, separando-se daqueles vasos que se misturaram no atual e confuso estado de coisas. Paulo diz: "De sorte que, se alguém se purificar destas coisas, será vaso para honra, santificado e idôneo para uso do Senhor, e preparado para toda a boa obra" (Tm 2:20-21).
 
Portanto, o chamado do Senhor para cada cristão que se encontra identificado com a confusão na "grande casa" é separar se. Apesar de não podermos sair da "grande casa" (pois isto significaria deixar completamente de professar que somos cristãos), podemos e devemos nos separar da desordem que existe na casa. Veja também 2 Coríntios 6:14-18; 2 Timóteo 3:5; Apocalipse 18:4.
 
Por que nos separarmos?
 
Alguém poderia perguntar: "Por que a separação é tão importante?" A resposta é simplesmente porque podemos ser – e efetivamente seremos – contaminados por nossas associações! A maioria dos cristãos acredita poder se associar a qualquer coisa que for de sua vontade sem que sejam afetados por isso. A Bíblia, porém, ensina que somos afetados por aqueles com quem nos associamos. "As más companhias corrompem os bons costumes" (1 Co 15:33; 1 Tm 5:22; Ag 2:10-14; Dt 7:1-4; Js 23:11-13; 1 Rs 11:1-8 etc.).
 
Entendemos que este não é um tópico muito popular entre os cristãos hoje em dia, mas Deus nos disse essas coisas para que pudéssemos ser preservados das sutis corrupções orquestradas pelo inimigo de nossa alma, Satanás. As coisas que Deus disse em Sua Palavra são para o nosso bem, e não por Ele ser um estraga prazeres. Deus nos ama e se importa conosco, e sabe o que é melhor para nós. E lembremo-nos de que nunca somos mais sábios do que a Palavra de Deus.
 
(Trecho do livro “A Ordem de Deus para os Cristãos Congregarem Para Adoração e Ministério – A Resposta Bíblica à Ordem Eclesiástica Tradicional”. Bruce Anstey. Editora Verdades Vivas)