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domingo, 22 de dezembro de 2013

Mais Palavra, Menos Emocionalismo

(Prefácio do livro de autoria de Osiel Gomes)
 
 
Um ponto nevrálgico da realidade atual nas igrejas ditas evangélicas no Brasil é destacado nesse livro por seu autor: a Bíblia não mais tem autoridade objetiva em nosso meio. A afirmação “a Bíblia é a nossa única regra de fé e prática” não passa de um engodo, fumaça para a vista, pois já não funciona. Nas igrejas denominacionais o que vigora é o pacote da denominação. O pastor que colocar a Bíblia acima do pacote estará na rua (e sem demora). Nas outras igrejas o que impera é a palavra do pastor: se a Bíblia discordar, pior para ela; a “ovelha” que ousar compará-la à palavra do pastor será alijada. Torna-se necessário, então, perguntar: Como chegamos a esse estágio?
 
Para responder à questão, recordo-me de l Coríntios 12.28: “E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro doutores, depois milagres, depois dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas”. A descrição é claramente hierárquica e curiosamente, nesta lista, não consta a figura do “pastor” (como consta em outras descrições, mas não hierárquicas). Se Deus coloca mestre em terceiro lugar, deve ser por um motivo adequado. Quem se interessa pelo bem-estar da lgreja precisa ater-se a ele [a este ministério]. Agora, nas igrejas que você conhece, quantos mestres de verdade você já viu? Provavelmente nenhum. Claro. Seminário teológico denominacional algum do país ensina os teologandos a estudar a Bíblia, a interpretá-la, a expô-la – a preocupação maior é enfiar o pacote da casa cuca adentro. Como a função de mestre, no contexto da lgreja, é ensinar a Bíblia, e como nos seminários não se aprende isso, quem quiser se tornar mestre terá de fazê-lo por esforço próprio. No entanto, sendo coisa adquirida fora do controle dos guardiões do pacote, esse “mestre” não será aceito pela denominação.
 
Creio que qualquer crente pensante concordará com a hipótese de que 99% das igrejas ditas evangélicas no Brasil são raquíticas (as poucas e honradas exceções perfazem, talvez, 1%). Entendo que essa situação calamitosa se deva não à falta de apóstolos e profetas, mas à absoluta carência de mestres, que creem na Bíblia mormente. Os missionários que trouxeram o Evangelho ao Brasil fundaram seminários para preparar pastores dentro de seus paradigmas ou pacotes doutrinários. Satanás cuidou de envenenar a fonte, provendo professores que solaparam qualquer confiança na Bíblia como autoridade objetiva. Se alguém foi ao exterior preparar-se coma mestre, voltou ainda pior.
 
O Senhor Jesus mandou e manda fazermos discípulos, e não meramente ganhar almas. Nem unção apostólica, nem unção profética produzem seguidores. Para ser discípulo há que palmilhar um caminho de renúncia, disciplina, e de compromisso renovado diariamente. Hebreus 11.6 afirma que Deus é galardoador dos que O buscam diligentemente, e não dos preguiçosos, nem dos que buscam “unção” emprestada, sem esforço, sem compromisso, sem santificação. Em Joio 8.31 Senhor Jesus promete: “Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos”. É a Palavra escrita a nossa água, comida, a espada do Espirito, e o meio de santificação; e é a função do mestre ensinar essa Palavra.
 
Com pouquíssimas e honradas exceções, os púlpitos do país encontram-se ocupados por pastores que efetivamente usurpam o lugar dos mestres, mas que não sabem ensinar Bíblia. Por isso as ovelhas vivem famintas. Além de nunca ouvirem ensino bíblico sério, jamais aprenderam a estudar o Texto por conta própria. Quando um mestre de verdade surge, o pastor sente-se inseguro e ameaçado, e logo tenta se livrar da presença incômoda. Oséias 4.6 retrata o resultado: “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento” (de Deus, ver 4.1). Eis então a sentença: “Porque tu rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim”! Calamitosamente, muitas igrejas se encontram com o sacerdócio já cassado. Porém a desgraça não para ai: “Visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos”! Ai, ai, ai. Sem filhos não há futuro. Estamos condenados.
 
É urgente e imperativo reabilitar a função de mestre nas igrejas. Precisamos desesperadamente de mestres com fogo, que levem a Palavra a sério e ouçam o Espirito Santo. Se existem, no Brasil, meia dúzia de mestres assim, no momento não sei dizer os nomes. Poucos são os pastores brasileiros que sabem estudar a Bíblia. E não se pode dar o que não se tem. Contudo, o que existe são os sem fogo, presos a pacotes. Que fazer? Quanto a mim, entendo que Deus está cobrando defesa da autoridade objetiva do Texto Sagrado e da exata redação original, cuja autoridade objetiva havemos de pregar. Declaro e creio poder demonstrar que Deus preservou, efetivamente, a exata redação original do Novo Testamento através dos séculos, e que hoje podemos saber qual é. Defender a inspiração e a inerrância do Texto hoje depende dessa preservação.
 
Parabenizo a publicação deste livro, Mais Palavra, Menos Emocionalismo. Recomendo a todos lê-lo. O Pastor Osiel levanta a bandeira da necessidade de voltar à Palavra de Deus. Amém. Que assim seja.
 
Wilbur Norman Pickering
Thm PhD

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Se você se cala, você é cúmplice!

 
Em alguns círculos evangélicos, a subordinação quase cega ao “clero” estabelecido é algumas vezes temperada com as bajulações interesseiras daqueles que querem galgar mais alguns degraus da hierarquia, alimentando assim o corrupto “organismo” criado para manter os autoproclamados “iluminados de Deus” em posição de suprema autoridade sobre os “leigos”, que devem, por sua vez, render honras e louvor àqueles que “zelam” por eles, dizem. O mais lamentável é que tudo isso é dito ter a “aprovação de Deus” e aqueles que não se submetem são frequentemente acusados de insubordinação, rebeldia, chegando até mesmo às vias da “excomunhão” dos que contradizem as determinações quase divinas do dito “clero”. Qual o fundamento bíblico para um sistema tão infame e deplorável que apenas tem trazido vergonha e escândalo para o evangelho promovendo toda sorte de pecado, desde a cobiça e a sede pelo poder, às intrigas e “picuinhas” para as quais muitos fecham os olhos por conveniência e ainda vêm com desculpas do tipo: “Isso acontece em todo lugar!”, “Deus lidará com os que procedem assim!”, “Só podemos orar e entregar nas mãos de Deus!”, etc., ao passo que não movem “uma palha” no sentido de exortar, repreender e confrontar “os que assim procedem” com as suas próprias faltas, e isso à luz da Palavra de Deus! E quando se trata de exortar, repreender e confrontar as ditas “autoridades eclesiásticas”, “Nem pensar”, dizem, “Quem sou eu para me levantar contra o ‘ungido de Deus!’”. Mas, pergunto: Não é isso que deveríamos fazer? A Bíblia claramente diz que sim, e em Paulo, temos um claro exemplo disso. Não foi o que ele fez a Pedro, o apóstolo? (Gálatas 2:11) Será que o apostolado de Pedro inibiu Paulo de repreendê-lo vigorosamente? E você, até quando engolirá calado tanta mentira, engano, falcatrua, corrupção e toda espécie de pecado de seus “líderes”? Podemos até confrontar os outros com desculpas “furadas” para justificar nosso posicionamento quanto a isso, mas não podemos calar a voz do Espírito Santo que fala à nossa própria consciência e muito menos poderemos nos justificar perante Deus alegando que não podíamos fazer nada e que só “podíamos orar”! Você teria a petulância de se justificar desse modo diante de Deus?! Os profetas no Antigo Testamento confrontaram até reis, e você, porque não consegue confrontar seus “líderes”? Há meios de fazer isso, sem ser grosseiro ou arrogante, mas não venha com a desculpa de que não pode! A quem é dirigida a recomendação: “[não] participes dos pecados alheios; conserva-te a ti mesmo puro” (1 Timóteo 5:22)? Se você se cala, você é cúmplice! Pense nisso!
 
D. S. Castro.

sábado, 5 de outubro de 2013

A Presunção da Salvação pelas Obras

Por D. S. Castro.


Não há maior presunção do que achar que nossas obras de justiça nos garantem o direito à salvação. Nosso bom senso nos diz que nenhum pai estaria agindo corretamente ao prometer ao seu filho, como presente de natal, uma bicicleta, por exemplo, caso a criança passe de ano com uma boa média escolar ou se comporte de acordo com suas expectativas [com as expectativas do pai]. Contudo, alguns creem que Deus nos recompensará com um “lugarzinho” no paraíso caso sejamos “bonzinhos” neste mundo. Em outras palavras, se “nos comportarmos bem”, o que significa respeitar nossos semelhantes, sermos honestos, piedosos, caridosos, bem intencionados em nossas relações interpessoais, em suma, se fizermos tudo o que um “bom religioso” faz, teremos o direito, ainda que em parte, a um “merecido” prêmio do “papai do céu”, que muito se alegrará em nos recompensar por termos sido “bons meninos”.
 
Continuando com nossa analogia, imagine que o filho ao qual foi prometido pelo pai o presente mencionado – mesmo sabendo ele [o pai] que sua atitude é prejudicial à formação moral da criança – cumpra com o que o tal exigira dele. Certamente, ninguém poderá contestar que o filho pôs seu pai em obrigação para com ele, isto é, o pai passou a estar em débito para com seu filho e deverá cumprir sua obrigação.
 
Agora pergunto: Será que podemos pôr a Deus em obrigação para conosco? Seria possível ao homem fazer de Deus seu devedor?
 
Primeiramente, devemos atentar para o fato de que assim como o pai, moral e eticamente falando, nada estaria ensinando de bom a seu filho ao recompensá-lo por cumprir as exigências estabelecidas por ele [pelo pai], não podemos concluir que Deus esteja querendo nos fazer pessoas melhores prometendo-nos o céu, caso nos comportemos nesta terra segundo os seus padrões. De fato, Deus não faz isso. Além disso, uma salvação como recompensa pelo bom proceder somente produziria interesse e arrogância por parte dos homens, que inevitavelmente seriam movidos a viver segundo o que Deus exige por pura conveniência.
 
Em segundo lugar, Deus já havia tratado desse modo com o homem nos tempos da Lei, mas não para lhe garantir salvação, e sim para mostrar-lhe a impossibilidade do homem em, de fato, cumprir os padrões que Ele exige.  Ninguém poderia ser justificado pela Lei, e Deus precisava mostrar-nos isto. Nossas obras de justiça são trapos de imundície (Isaías 64:6) e não nos poderão salvar. Nossa única chance é atentarmos para Cristo e para sua promessa de que todo aquele que Nele crê será salvo.
 
Portanto, em contraste com a salvação pelas obras, não há qualquer presunção em nos declararmos salvos, se realmente cremos em Cristo e em sua promessa de salvação eterna. A salvação é, portanto, um presente da graça de Deus a todo aquele que crê em Cristo. E como lemos em Efésios 2:8-10: “se é pela fé, já não é por obras”.
 
Finalmente, todos nós sambemos quem disse estas palavras: “Aquele que crê em mim, tem a vida eterna”. E esta verdade se cumpriu até mesmo na vida do ladrão à esquerda de Cristo na cruz quando, em resposta a seu apelo Ele disse: “hoje estarás comigo no Paraíso”. Teria ele tido tempo e ocasião de mostrar suas obras de justiça, as quais – segundo os que defendem a salvação pelas obras – deveriam supostamente garantir-lhe o direito à salvação? Paulo também estabelece um claro contraste entre a graça e as obras ao afirmar: “Separados estais de Cristo, vós os que vos justificais pela lei; da graça tendes caído” (Gálatas 5:4). Portanto, nada do que fazemos ou deixamos de fazer nos dará qualquer garantia de salvação, mas somente a genuína fé em Cristo nos pode salvar. As obras são os frutos dessa fé salvífica, para que testemunhemos ao mundo que somos, de fato, novas criaturas em Cristo. “Não devemos colocar a carroça na frente dos bois”. Pense nisso!

domingo, 8 de setembro de 2013

Falácia, falácia...


Darwin disse: A ignorância gera confiança com mais frequência do que o conhecimento.
 
Onde está a falácia aqui?

Primeiramente, devemos perguntar: A que Darwin se refere por ignorância? Seria àquilo que, segundo sua própria visão, está relacionado ao “saber comum” e “não científico”? Ou talvez, às argumentações religiosas que negavam sua visão particular e deveras extravagante acerca da origem? Bem, seja qual for o contexto da declaração acima, a ele atribuída, devemos lembrar que todo e qualquer saber constitui o que entendemos por conhecimento, quer seja “comum” (popular, religioso, filosófico, etc.), quer seja “científico”. Portanto, nesse sentido, ninguém pode ser tomado por ignorante [apenas nesse sentido!].
 
Em segundo lugar, Darwin, ao se referir aqui ao conhecimento, certamente procura restringi-lo ao saber científico, mas erra por aplicar tal definição à sua cosmovisão específica, que, notadamente, carece de provas experimentais. De fato, sua tão amplamente aceita teoria macro-evolutiva não possui qualquer comprovação científica, mas trata-se de uma visão puramente e particularmente fundamentada na simples observação da natureza e, em nada, portanto, essencialmente distinta de qualquer outro saber “comum”.
 
Por fim, devemos estar cientes de que a lógica é imparcial e “não perdoa”. Nenhuma declaração ou argumentação falaciosa resiste a um simples exercício do correto e puro raciocínio lógico. Portanto, diante de tal afirmação, poderíamos honestamente perguntar ao senhor Darwin: “Sr. Darwin, suponho que o Senhor esteja confiante disso?
 
D. S. Castro.

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

O Pai lhe prometeu isso?... Será?!



Acompanhe a ilustração:
 
Um pai, que tem dois filhos, promete a um deles, com toda boa vontade de um pai, que lhe dará um presente caso este se dedique aos estudos e passe de ano com boas notas. Ele foi enfático ao fazer a promessa, ela foi dirigida ao filho que mais o preocupava com respeito aos estudos, uma vez que o outro era extremamente dedicado. Agora reflita: Seria correto, ou mesmo justo, que o filho a quem não foi feita a promessa, exija de seu pai a recompensa por dedicar-se nos estudos? Não está em jogo aqui o amor do pai para com seus filhos, mas sua justiça. O fato de o pai haver feito uma promessa específica apenas a um dos filhos, não o torna injusto para com o outro. É uma questão de propósito. Provavelmente, o pai queria incentivar o filho menos dedicado a ser mais responsável com os estudos e, por isso, fez a promessa a ele. O mais dedicado não recebeu a promessa e, portanto, não tem o direito de exigir coisa alguma de seu pai. Se, de bom grado, o pai decidir presenteá-lo também, isso é outra questão.
 
Bem, acho que me alonguei demais na ilustração, mas vamos à questão central. Desde o início dos tempos, Deus tem feito promessas de bênçãos aos homens, algumas delas mediante a exigência de cumprir certas diretrizes por Ele definidas. A Abraão, por exemplo, [ainda Abrão à época] Ele disse: “Sai-te da tua terra, e da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei” (Gênesis 12:1). Essa era a exigência para que Abraão e sua descendência terrena recebessem a promessa: “À tua semente darei esta terra [de Canaã]” (v. 7 – ver também Gênesis 12:2; 15:18). A Davi, fazendo ainda cumprir as promessas antes feitas aos patriarcas, o Senhor falou: “a tua descendência estabelecerei para sempre e edificarei o teu trono de geração em geração” (Salmo 89:4 – ver também 2 Samuel 7:12). Estes são exemplos de promessas específicas e terrenas feitas por Deus a homens que Ele escolheu para cumprir um propósito mais elevado: trazer ao mundo o Salvador de todos os homens. Outras promessas, contudo, foram dirigidas a toda a descendência de Abraão indistintamente, porém, sendo terrenas, não se comparam as promessas que Deus faz a Sua Igreja, que, em geral, são espirituais. Veja, por exemplo, o que está escrito em Salmo 91:16, Êxodo 23:26; Deuteronômio 28:4; Deuteronômio 28:5,8,11,13; Provérbios 3:9-10, etc., e responda: “Foram essas promessas, em sua maioria terrenas, feitas à Igreja?”. Há quem alegue que a Igreja é o “Israel espiritual” de Deus e, por isso, todas as promessas feitas ao “Israel terreno” se aplicam hoje, dizem eles, “em um sentido espiritual”, à Igreja. Qual o fundamento bíblico para tal ensino? Seria por que Abraão é chamado o “nosso Pai na fé”? Certamente, em Romanos 4:10-12, Paulo parece nos levar a essa conclusão, contudo, deduzir daí que somos o “Israel espiritual” de Deus e alvo das promessas específicas que Deus fez ao, assim chamado, “Israel terreno” é um tremendo abuso da correta exegese do texto. A Bíblia deixa claro que Deus possui um povo terreno, Israel, e um povo espiritual, a Igreja, a noiva e corpo de Seu Filho Jesus Cristo e que é composto tanto por judeus convertidos como por gentios. Estes dois povos são totalmente distintos e alvos de promessas específicas. A Israel, Deus fez promessas terrenas, pois trata-se de um povo terreno, que habitará na terra, futuramente restaurada, para sempre. Já à Igreja, por ser um povo espiritual, que estará nos céus com Cristo por toda a eternidade, Deus fez promessas de bênçãos espirituais “nas regiões celestiais” (Efésios 1:3). Além disso, por hora, as promessas feitas a Israel estão, digamos, “suspensas” por causa de sua desobediência, e não se aplicam, de modo algum à igreja, que continua sua caminha como a um peregrino nesta terra, rumo ao céu, sua verdadeira pátria. É por isso, que, de fato, nenhuma promessa de prosperidade material é feita à Igreja em toda a Escritura, mas apenas exortações como: “Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam. Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam, nem roubam” (Mateus 6:19:20); “Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens, dá-o aos pobres e terás um tesouro no céu...” (Mateus 19:21); “Não estejais inquietos por coisa alguma...” (Filipenses 4:6); “Tendo, porém, sustento e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes” (1 Timóteo 6:8), dentre outras. Apesar disso, inúmeros têm sido os abusos cometidos por grande parcela deste povo espiritual, que, quer seja por imaturidade, quer seja por cobiça e apego às coisas desta vida, inadvertidamente tomam inúmeras das promessas terrenas feitas por Deus especificamente a Israel, ou a algum personagem em especial do Antigo Testamento, e a aplicam a si mesmos sempre visando bênçãos materiais, embora aleguem que o fazem “pela fé” e em um “sentido espiritual”. Estes, de fato, vivem de bênçãos e não pela fé. À semelhança do filho a quem o pai não fez a promessa, muitos chegam até mesmo a exigir de Deus que a cumpra em suas vidas como o fez com aqueles a quem prometeu. Quanta arrogância, meu Deus! Quanta audácia! Quanta estupidez!... Com que direito e com que prerrogativa temos abusado das Escrituras, buscando satisfazer nossos próprios desejos egoístas, mascarando nossas crendices e superstições com uma pseudo-espiritualidade que não somente afronta a soberania de Deus mas torna-o um escravo de Suas próprias promessas? Não, Deus não tem nenhuma obrigação de cumprir aquilo que Ele não prometeu a você, mas a outro! Ele cumpre suas promessas, mas não podemos obrigá-Lo a prometer! E é exatamente isso que fazemos quanto tomamos, de modo inapropriado, as promessas de bênçãos que ele fez a outrem e as aplicamos em nossas vidas, como se assim Ele houvesse nos dito! Por isso, devemos sempre agir com sobriedade, buscando antes cumprir a vontade de Deus, mesmo que ouçamos Dele o que não gostaríamos de ouví-Lo dizer ao nos fazer uma promessa. Essa é a verdadeira atitude de um filho de Deus e discípulo de Cristo. Pense nisso!
 
D. S. Castro.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

O Perigo das Traduções Tendenciosas


Até que ponto pode ir a irresponsabilidade de um pretenso tradutor do texto sagrado, cujos louvores por sua suposta erudição no que se refere às línguas originais são como vinho suave a degustar-se por aqueles que se beneficiam dela?

Em minhas constantes pesquisas sobre as versões e traduções da Bíblia não consigo deixar de me surpreender com os disparates que, não raras vezes, encontro no produto final de vários desses projetos “iluminados” que visam recuperar o que, segundo seus proponentes, foi perdido há séculos, a saber, o texto original das Escrituras. Ontem, ao buscar uma passagem em minha Bíblia Online (Versão 2.0), um aplicativo desenvolvido sob licença da Sociedade Bíblica do Brasil (SBB), fiquei estarrecido com o li em Romanos 8:20, na hoje tão cegamente louvada paráfrase das Escrituras conhecida como Bíblia na Linguagem de Hoje, que em sua verão mais moderna chama-se Nova Tradução na Linguagem de Hoje. O que para alguns de mente tendenciosa ficaria muito bem como um comentário de rodapé em uma das incontáveis Bíblias de Estudo comercializadas hoje, cada uma delas editada “ao gosto do freguês”, é descaradamente inserido no corpo do texto, não apenas adulterando o seu contexto imediato e o inteiro ensino das escrituras sobre o tema, mas pervertendo o caráter e o propósito eterno de Deus para toda a criação. Veja a afronta:

Pois o Universo se tornou inútil, não pela sua própria vontade, mas porque Deus quis que fosse assim
(Romanos 8:20 – BLH – ênfase acrescentada).

Deus QUIS que o Universo se tornasse INÚTIL?!!!!

(Continua)...

Ensaio: A Questão do Dízimo

Dizimar segundo a Lei ou contribuir segundo a Graça?

 
 Experimente propor a um dito “dizimista fiel” a distribuição do “dízimo” que, segundo ele, é consagrado ao Senhor – como se não fora toda a vida do verdadeiro crente – entre os mais desafortunados de sua “igreja”, consciente de que sua atitude não resultará em qualquer ônus aos cofres de sua denominação. A grande maioria, provavelmente responderá algo como: “Não, o dízimo é do Senhor! É um mandamento, uma prova de minha fidelidade! Posso muito bem cumprir o proposto sem lançar mão do que é consagrado a Deus! Não posso roubar o Senhor!”. E não será surpresa se ele citar a tão famosa pedra angular da doutrina “old-testamentária” – Malaquias 3:16. Com todo respeito, tal atitude demonstra claramente uma completa, imatura e perigosa dependência de algo que a Bíblia não impõe a nenhum cristão! O dízimo é bíblico? Sim, é bíblico. Mas não é para a Igreja! E nem poderia ser! O dízimo, tal qual a circuncisão, a primogenitura, o levirato, a guarda de dias, etc., pertencem à lei dada por Deus a Israel. Pergunto: Vivemos ainda na dispensação da lei? Foi a lei totalmente abolida, ou teria sido apenas parcialmente? Seria a “lei” de Cristo – a graça – uma extensão ou um remendo da lei mosaica? Não, a graça é algo novo, sem qualquer relação com a lei (Mateus 9:16; Marcos 2:21). Por que aqueles que defendem o dízimo como obrigatório à Igreja, não praticam, ou cumprem, também os demais pontos da lei? Sim, pois certamente a falha em cumprir um de seus pontos, acarreta ao faltoso a culpa por infringir toda a lei (Tiago 2:10).
 
Na tentativa de defender a validade – e obrigatoriedade – do dízimo para o cristão, costuma-se recorrer a divagações e especulações das mais diversas, algumas até justas e imbuídas de princípios louváveis de reconhecimento da bondade de Deus para conosco e da generosidade para com nossos irmãos na fé, sobretudo para com os que se dedicam exclusivamente à assembleia dos santos. Contudo, cabe aqui a pergunta: O que nos ensina o Novo Testamento sobre as questões da contribuição em assembleia não seria suficiente para manter o pleno funcionamento do corpo de Cristo? Em I Coríntios 9:7, Paulo nos recomenda [ele não nos impõe]: Cada um contribua segundo propôs no seu coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria. Certamente, vemos aqui uma responsabilidade de cada crente em amparar a Casa de Deus, Sua Igreja, Seu Corpo e não o Templo, a Casa do Tesouro, que já não existem mais, e nunca foi uma realidade para a Igreja de Cristo [composta tanto por judeus quanto gentios]. Porém, essa responsabilidade não é imposta por ditames legais e nada tem a ver com a prática do dízimo, pertencente ao Antigo Testamento e requerida apenas para Israel.
 
Há ainda aqueles que, mediante argumentações falaciosas e sem qualquer fundamento bíblico, recorrem a 1 Coríntios 16:2 associando-o à caduca prática do dízimo. Vejamos o que diz o texto: “No primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade, para que se não façam as coletas quando eu chegar. E, quando tiver chegado, mandarei os que, por cartas, aprovardes, para levar a vossa dádiva a Jerusalém”. Lançando mão da expressão “conforme a sua prosperidade” se apressam a declarar os que se contorcem para defender a validade do dízimo para a Igreja: “Vejam, irmãos! Paulo está nos ensinando o princípio do dízimo, pois nada é mais justo do que contribuir conforme a sua prosperidade!”. Confesso que por vezes, eu, quando preso a esse dogma por achar que estava honrando a Deus, racionava, como muitos, da seguinte forma: “Qualquer que seja a sua renda, Deus requer apenas os ‘10% que Lhe pertencem’. O que pode ser mais justo do que isso?”. Como matemático que sou por formação, eu ainda assinava em embaixo, dizendo: “De fato é justo!”. Mas divagações ou especulações não estabelecem verdades. Voltando ao texto, vejamos: Será que o fato de Paulo haver dito “conforme a sua prosperidade” restringe a contribuição à décima parte dos rendimentos do contribuinte? Não creio! Paulo não está nem mesmo pedindo emprestado do Antigo Testamento qualquer suposto tipo ali presente e que remeta à prática que aqui ele recomenda [não impõe] aos coríntios, como o fez em outras ocasiões. Uma outra pergunta, que faço com toda a honestidade possível é: Quem nomeou como sacerdotes levitas [se é que isso era possível] o apóstolo Paulo ou seus representantes, os quais eram responsáveis por receber o suposto “dízimo” dos coríntios e levá-los a Jerusalém? Aliás, todos sabemos que o Templo israelita ficava em Jerusalém, mas pergunto: Estaria Paulo levando o tal “dízimo” às autoridades no Templo? E o que dizer de sua destruição no ano 70 d.C.? Onde o “dízimo” passou a ser entregue?
 
De fato, não há como relacionar a prática do dízimo à vida e piedade cristã. Nem como princípio! Não necessitamos de “remendos velhos em pano novo”. A “lei” da graça é maior, e é perfeita! Devemos reconhecer que as únicas razões pelas quais esta “doutrina” mosaica ainda é praticada e, por que não dizer, imposta a muitos ainda hoje, e totalmente fora de seu contexto específico, são a avareza de muitos daqueles que supostamente são tidos como os sucessores dos levitas, o que não se sustenta à luz das Escrituras, e a ideia de que a assembleia não cumprirá com sua responsabilidade de amparar os que obram por ela se isto não lhe for exigido “legalmente” ou sem que haja o mínimo de coação para que o façam.
 
Finalizando, pergunto: É o dízimo anterior à lei? E se for, isso o tornaria uma prática obrigatória e necessária à Igreja? Quais os pressupostos? Essas e outras questões, se possível, ainda serão tratadas mais adiante!
 
Rascunho de ensaio sobre o dízimo - (Ainda não concluído!)
D. S. Castro.

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Fora do Arraial

Leitura: Hebreus 13:17
 
“Saiamos, pois, a ele [a Cristo], fora do arraial, levando o seu vitupério”.
 
Para muitos cristãos ainda associados a algum dos incontáveis sistemas denominacionais existentes hoje na cristandade, não parece muito clara a ideia de como alguém que também se diz cristão possa não pertencer a nenhuma dessas associações. Erroneamente, alguns creem que se uma pessoa não faz parte de um grupo específico de cristãos, devidamente identificado por uma espécie de “rótulo ministerial” – os assim chamados “ministérios denominacionais” – essa tal pessoa não está, de fato, vinculada a Cristo, pois não há qualquer menção nas Escrituras – afirmam os que defendem essa ideia – de que um cristão possa viver “isolado”.
 
Primeiramente, é importante deixar claro que toda essa confusão existente hoje na cristandade com respeito às inúmeras facções, partidos, seitas e denominações cristãs, com seus incontáveis ministérios e subdivisões, não tem qualquer respaldo ou fundamento bíblico e, embora Deus, por sua longanimidade para com o Seu povo – os santos, a Igreja – continue tolerando esses e outros abusos da carnal insensatez humana, Ele jamais aprovou a persistente afronta daqueles que insistem em manter-se partidários desses sistemas, mesmo depois – o que lhes agrava ainda mais a culpa – de terem sido confrontados com o mais claro e genuíno ensino das Escrituras expondo e condenando todo o erro por detrás desses sistemas ou ordens puramente humanas impostas sobre os membros do corpo de Cristo. É incontestável, por exemplo, pelo próprio contexto, a aplicação de 2 Coríntios 1:12 e 3:4 à enorme e lamentável confusão tão presente hoje no meio da cristandade. A mesma carnalidade que deu origem as divisões entre os coríntios, tem sido a causa das inúmeras divisões que por séculos têm afligido a Igreja de Cristo. Nenhuma denominação, seita ou partido cristão está isento, portanto, da culpa por este pecado, ainda que com as melhores intenções tenham elas sido estabelecidas por homens piedosos e tementes a Deus, mas que fracassaram – alguns por ignorância, outros por omissão – em dar este lamentável passo em direção contrária à perfeita vontade de Deus para o Seu povo, fomentando ainda mais este triste erro secular que nos tem privado da mais plena e genuína comunhão que deveria haver entre todos os membros do corpo de Cristo à semelhança do que será no céu (Mateus 6:10).
 
Em segundo lugar, aqueles que decidiram separar-se de toda essa confusão, cientes da desonra e do triste testemunho para o mundo que toda essa ordem humana tem trazido ao santo nome de Cristo, não o fizeram por que desejaram “isolar-se” como pode parecer aos que não têm tido a coragem necessária para pôr em prática aquilo que a Palavra de Deus estabelece como Sua perfeita vontade para os que desejam cumpri-la. Aliás, Deus está disposto a revelar Sua perfeita vontade, mas apenas aos que desejam pô-la em prática, e não àqueles que apenas desejam conhecê-la (João 7:17). Querer ‘conhecer’ não é suficiente, é preciso querer ‘fazer’! Em 2 Timóteo 2:20, ao apresentar a cristandade como uma ‘grande casa’ Paulo nos instrui a nos ‘purificarmos destas coisas’, para que sejamos ‘vasos para honra’. De que coisas devemos nos purificar? Certamente de tudo aquilo que desonra o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, o que inclui toda esta confusão causada pelos ‘vasos de desonra’ também presentes na grande casa. Paulo nos diz ainda que somente um ‘vaso de honra’ está preparado para ‘toda boa obra’. Pergunto: Algum membro do corpo de Cristo, associado a um grupo cristão em particular poderá, em todos os aspectos, ter plena liberdade para tratar com os membros do corpo do Senhor atrelados a outro grupo distinto? Não creio que ele tenha essa liberdade e, portanto, em seu testemunho cristão ele não estará assim preparado para TODA boa obra que o Senhor queira usá-lo. ‘Purificar-se destas coisas’ significa, portanto, ‘separar-se’ da desordem presente na grande casa, contudo não para viver “isolado”, pois de fato a Bíblia não nos recomenda isto, embora em circunstâncias extremas não exista outra saída para os que querem cumprir a vontade de Deus e viver para a Sua glória. A Bíblia e a própria história registram incontáveis exemplos de homens que se levantaram contra tudo aquilo que desonrava o santo nome do Senhor e que, por isso, foram perseguidos, desprezados, e até mesmo torturados e mortos por decidirem não tomar parte naquilo que suas consciências expunham como um agravo à santidade que Deus requer de Seu povo. Eles pagaram um alto preço por decidirem ‘separar-se’ do erro. Quantos hoje estão dispostos a pagar esse preço e a mostrar que o ‘nascer de novo’ é uma questão de ‘natureza’ e não de afiliação a uma instituição ou ordem humana? Quantos?
 
Finalmente, a passagem da leitura (Hebreus 13:17) nos conclama a sairmos do que hoje poderíamos chamar de “arraial” da cristandade, com todos os seus ofícios e tradições, muito semelhantes ao que se via no arraial do judaísmo, e a sofrer o vitupério, isto é, a desonra que Cristo sofreu por romper com tudo aquilo que Sua morte na cruz anulou definitivamente. Contudo, devemos estar cientes de que assim como Cristo não recebeu a honra dos homens ao romper com aquelas tradições, também não receberão o louvor dos homens àqueles que decidirem separar-se desta confusão no atual “arraial” da cristandade. Pense nisso!
 
D. S. Castro.

terça-feira, 25 de junho de 2013

O Contraste entre o “UM SÓ CORPO” e as muitas seitas e divisões

[...]
 
Apesar do desejo do Senhor para que o Seu povo expressasse uma unidade coesa, visível e prática neste mundo, estamos todos divididos em diferentes seitas – cada uma com suas próprias crenças e práticas peculiares à sua própria seita. Como poderia algo assim ter a aprovação do Senhor?
 
Diante dos primeiros indícios de divisão na igreja primitiva, o apóstolo Paulo foi dirigido pelo Espírito a escrever “Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que digais todos uma mesma coisa, e que não haja entre vós dissensões... cada um de vós diz: Eu sou de Paulo, e eu de Apolo, e eu de Cefas, e eu de Cristo. Está Cristo dividido?” (1 Co 1:10-13; 12:25). Aqui, na linguagem mais clara possível, Paulo roga em nome de Deus a todos os crentes, pela glória do Nome do Senhor Jesus, que não tenham divisões! Todavia, quando olhamos ao redor no cristianismo professo de nossos dias, vemos que aquilo que as Escrituras denunciavam aconteceu à igreja! Quantos milhares de cristãos estão dizendo “Eu sou de Roma” (Católica Romana), “Eu sou de Lutero” (Luterana), “Eu sou de Wesley” (Metodista), “Eu sou de Menno Simons” (Menonitas) etc. Se outrora entristecia ao Espírito escutar cristãos dizendo “Eu sou de Paulo” e “Eu sou de Apolo”, etc., será que agora agrada ao Espírito ouvi-los dizer “Eu sou de Lutero”, “Eu sou de Wesley”, etc.? Se naqueles dias do princípio da igreja isso foi denunciado como carnalidade, poderia a mesma coisa ser hoje chamada de espiritualidade? (1 Co 3:1-5). As muitas denominações colocaram de lado a ordem de Deus para a adoração e o ministério, e também para o governo da igreja, e estabeleceram uma ordem própria, completa, com todos os seus credos e regulamentos eclesiásticos. E, ao agir assim, criaram uma triste divisão na igreja [...]

Pense nisso!


[Trecho da obra "A Ordem de Deus", de Bruce Anstey. Tradução: Mário Persona]

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Examinai as ESCRITURAS!

Texto bíblico: João 5:39


Em que medida ou com que frequência você que se diz cristão costuma ‘conferir’ nas Escrituras tudo aquilo que seus líderes apresentam a você como a verdade do evangelho? Os cristãos de Beréia costumavam fazer isso com tanta avidez que são apresentados por Lucas como “mais ‘nobres’ que os cristãos de Tessalônica” (Atos 17:11).
 
Seus líderes lhe instruem a confrontar aquilo que ensinam com a Palavra de Deus? Você costuma fazer isso? O falso ensino de que somente alguns têm recebido de Deus a “capacidade” e o “direito” de interpretar as Escrituras é ainda uma ideia muito difundida entre alguns grupos cristãos, porém tal ensino não se sustenta à luz de um minucioso exame da própria Escritura, que por vezes nos conclama a examiná-la com sobriedade, sempre buscando nela o discernimento necessário à nossa prática cristã.
 
Ademais, a salvação eterna é algo muito sério para que a deixemos nas mãos de homens tão falhos quanto nós, e a Bíblia não nos recomenda isso. Somos instados a nos conduzir por seus estatutos [os da Bíblia – a infalível Palavra de Deus] e não pela tradição e ensinos particulares de homens cujo único interesse em promover a particular e exclusiva interpretação das Escrituras pelo chamado “clero” é manter os ditos “leigos” em total submissão a eles [Um ensino muito conveniente para o tal “clero”, por sinal!].
 
Além disso, todos nós temos a capacidade de compreender a mensagem das Escrituras se nos dispusermos a ouvir a voz de seu único intérprete por excelência, a saber, o Espírito Santo de Deus, pois é Ele quem, através das Escrituras, convence “o mundo do pecado, da justiça e do juízo” (João 16:8).
 
Conquanto muitos, por conveniência, têm preferido receber tudo, digamos, “mastigado” de seus líderes sem se dar ao trabalho de verificar “se as coisas [são], de fato, assim” e, por tal atitude insensata, acabam depositando neles [em seus próprios líderes] a esperança de seu destino eterno, nós, como genuínos discípulos de Cristo, devemos examinar prudentemente à luz das Escrituras tudo aquilo que nos é apresentado como ‘biblicamente fundamentado’, pois se assim o for, assim se revelará pela própria Palavra!
 
O fato final e crucial é, portanto, que NINGUÉM, uma vez confrontado com a sua total responsabilidade de examinar as Escrituras em busca da verdade, poderá ‘NAQUELE DIA’, em que multidões estarão diante de Deus para receber sua sentença, alegar diante Dele que foi enganado por seus líderes, pois a Palavra de Deus nos foi dada por Ele para que a tudo examinemos e julguemos por meio dela e para que por ela vivamos; e uma vez que isso seja feito, ela estará sempre pronta a revelar-nos, por intermédio do Santo Espírito de Deus, todos os Seus eternos desígnios que, por sinal, são revelados somente aos simples (Mateus 11:25) e jamais aos soberbos e presunçosos, ‘embebecidos’ por sua tradição (Marcos 7:8; Colossenses 2:8; Tiago 4:6; 1 Pedro 5:5); e a tantos quantos, com sinceridade de coração, assumirem essa responsabilidade que nos cabe de buscar conhecê-Lo [a Deus] por intermédio de Sua Santa Palavra, Deus diz: “Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam” (João 5:39).
 
Sua indisposição em buscar a verdade nas Escrituras, acreditando cegamente já tê-la recebido pela “boca” de alguém ou por intermédio das tradições e ensinos de homens, sem ao menos confrontá-los com o claro ensino da Palavra de Deus, poderá, lamentavelmente, ser a sua sentença de morte... e de MORTE ETERNA! Afinal... como dito antes, ‘ninguém poderá se justificar diante de Deus alegando ter sido enganado por outrem, mas cada um dará conta de si mesmo a Ele’ (Romanos 14:12). Pense nisso!
 
D. S. Castro.

domingo, 16 de junho de 2013

DENOMINACIONALISMO: UMA ORDEM DE DEUS OU DO HOMEM?

Todos os cristãos, em maior ou menor medida, buscam na Palavra de Deus (a Bíblia) o caminho da salvação, mas parece que são muito poucos os que, após terem sido salvos, buscam na Palavra para saber como o Senhor gostaria que se reunissem para a adoração e o ministério da Palavra. Apesar de todos acreditarem que só existe uma forma de serem salvos, muitos consideram que deve ficar a critério de cada um escolher como devem adorar. No cristianismo de nossos dias, parece que os cristãos estão agindo como os filhos de Israel no tempo dos Juízes: Cada um fazia o que parecia bem aos seus olhos(Jz 17:6; 21:25; Dt 12:8; Pv 21:2). Como resultado disso, existe hoje uma imensa variedade de opiniões sobre a adoração cristã, e boa parte conflitante entre si. Ao longo dos anos a maioria dos cristãos tem adorado cada um à sua maneira ou segundo um estilo peculiar às suas preferências pessoais e afiliação denominacional.
 
Por gerações os cristãos têm literalmente aceitado o que a tradição legou à igreja sem questionar. Na verdade, a maioria acha que é assim que Deus quer que seja. Será que Deus se importa com a maneira como o Seu povo O adora, ou o modo como se reúnem para o ministério da Palavra? Será que Ele tem uma opinião a respeito deste assunto? Já é hora de voltarmos aos fundamentos do cristianismo e buscarmos novamente nas Escrituras o que Deus tem a dizer sobre o assunto da ordem na igreja. Já que ela é a “igreja de Deus” (At 20:28), certamente Ele deve ter algo a dizer sobre o modo como os cristãos devem adorar. Cremos que o padrão para a adoração cristã e o ministério da Palavra, e também para o governo da igreja, estejam na Bíblia, mas parece que a maioria dos cristãos perdeu isto de vista.
 
Já que devemos estar sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em [nós](1 Pd 3:15), precisamos ser capazes de dar uma resposta vinda da Palavra de Deus quanto à razão de adorarmos do jeito que o fazemos. Sendo assim, será que podemos apontar a autoridade das Escrituras para o modo como nos reunimos como cristãos para a adoração e o ministério da Palavra? Ou será que estamos apenas seguindo as tradições dos homens?
 
Pense nisso!
 
[Trecho da obra “A Ordem de Deus”, de Bruce Anstey, traduzido por Mário Persona e publicado por Verdades Vivas]

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Seguir a Cristo, mas pelos motivos corretos

(Leitura: João 2:23-25)
 

Você acredita que todos os que seguem a Cristo o fazem com boas intenções? Certamente, a passagem acima nos revela que muitos daqueles que ‘creram no seu nome’, na verdade, não o seguiam porque, arrependidos, desejavam o alívio para sua culpa e o perdão de seus pecados. O contexto nos mostra que suas intenções eram outras, a saber, ‘os sinais que [Cristo] fazia’. Além disso, mais adiante, no mesmo evangelho de João lemos sobre outra ocasião em que “... grande multidão o seguia, PORQUE via os sinais que [Ele] operava sobre os enfermos” (João 6:2), e confirmando suas verdadeiras intenções [das multidões que o seguiam, é claro], lemos no verso 24 do capítulo 2, que ‘o próprio Jesus não confiava neles, porque a TODOS conhecia’.
 
Em nossos dias, as coisas não são tão diferentes. Muitos dos que se achegam a Cristo não o fazem porque se reconhecem completamente perdidos e carentes da salvação eterna. Há quem o siga para ver-se livre de uma doença ou moléstia física; há aqueles que o seguem na esperança de prosperar financeiramente; há até mesmo os que creem Nele como uma espécie de agenciador de milagres junto ao Pai, fazendo de seu santo nome a “promissória” que Deus requer para conceder a benção; outros o veem propriamente como um milagreiro, curandeiro e auxiliador nas horas difíceis, e que estará sempre pronto a operar o milagre que tanto desejam. Em suma, todos estes, sem exceção, estão apenas interessados ‘nos sinais que ele fazia’ (verso 23) e não na ‘vida eterna que Ele quer dar’ (Romanos 6:23). Como C. S. Lewis certa vez disse: “...muitos o consideram como um piloto considera o seu paraquedas; está lá apenas para emergências...”. Pense nisso!
 
D. S. Castro.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Não confie em Você!


Na Bíblia, sempre ouvimos Deus dizendo ao homem: “Eu serei contigo”, “Eu te ajudo”, “Eu te guardo”, “Eu te sustento com a minha mão”, “‘Confia’ ou ‘Confiem’ em Mim”, e outras declarações semelhantes. Jamais ouvimos Deus dizer: “Confie em você”, “Você é capaz”, “Você tem valor”, “Ame-se a si mesmo” e coisas do tipo. Até mesmo quando Moisés foi por Ele repreendido após relutar em apresentar-se diante do faraó para exigir a libertação de Seu povo, Ele não tratou com Moisés nestes termos, isto é, motivando-o a confiar em si mesmo, mas lhe respondeu: “Quem fez a boca do homem?... Não sou eu o SENHOR?” (Êxodo 4:11). Deus sempre toma a glória para Si. Ele nunca a dividirá com ninguém (Isaías 42:8). Ao contrário dos “jargões” motivacionais muito em voga hoje, que procuram “massagear o ego humano” disseminando o conceito antibíblico da auto-estima - da auto-valorização do homem - o próprio Deus declara em Sua Palavra: “Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne o seu braço, e aparta o seu coração do SENHOR!” (Jeremias 17:5) e, em seguida, arremata: “Bendito o homem que confia no SENHOR e cuja esperança é o SENHOR” (verso 7). Pense nisso!
 
D. S. Castro.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Cristãos "Isolados"?

Alguns acham que não é possível a um cristão viver “isolado”, isto é, sem estar associado a algum grupo, partido ou denominação cristã. Por muitos anos, eu também pensei assim. Contudo, mesmo de formação evangélica, e como membro de uma denominação muito conhecida no Brasil, desde cedo aprendi com meu pai que os membros de todas as demais denominações cristãs – exceto os grupos tradicionalmente tidos como “seitas” – deveriam também ser considerados como “irmãos” em Cristo. De fato, esse ensino essencialmente bíblico, tenho trazido comigo por todos esses anos, e jamais o negarei, embora hoje, eu não pertença mais a nenhum sistema eclesiástico aquém dos padrões bíblicos, quer denominacional ou não, os quais como já expus antes, não nasceram da vontade de Deus, mas do homem, e – o que é mais grave – em detrimento daquilo que o próprio Senhor Jesus Cristo, em Sua Palavra, estabeleceu para o Seu Corpo: A Unidade da Igreja [Não confunda com ‘Ecumenismo’].
 
No entanto, viver essa prática estando associado a algum grupo ou “partido”cristão, é um tanto “demagogo”, pois quando somos confrontados com questões em que divergimos dos demais [em geral, questões ‘não-doutrinárias’], quando não nos privamos de opinar, sempre buscaremos defender ‘as institutas’ do grupo ao qual pertencemos, isto é, não deixaremos de “puxar a brasa para a nossa sardinha”, e isto é sempre contraproducente à causa do Evangelho.
 
Quando olhamos para o Novo Testamento com um desejo sincero de entender como se dava a ordem dentro do Corpo de Cristo nos tempos primitivos, jamais poderemos justificar o que hoje erroneamente se entende por “igreja” no seio do cristianismo. Refiro-me à liturgia do culto, aos abusos e distorções acerca dos dons ministeriais, que, por sinal, tornaram-se hoje “títulos honoríficos” e ao muito conveniente [para os líderes, é claro!] estabelecimento de hierarquias clericais [Bispos, pastor-presidente, pastor-assistente, dirigente de congregação, dentre tantos outros cargos e funções que visam apenas reforçar e fomentar ainda mais uma distinção antibíblica entre os “diversos níveis” de poder e autoridade dentro da Igreja, o que tem sido mal interpretado, por pura conveniência]. E o que dizer dos “leigos” sobre os quais todos estes “líderes” exercem domínio, os quais em geral estão cegamente sujeitos a eles. Não encontramos esse ensino no Novo Testamento.
 
O lamentável, é que dentre os incontáveis erros dentro de todo esse sistema rigidamente formal [e reforço: ‘humano’] está a ideia de que aqueles que estão fora dele não são considerados cristãos [crentes], pois, segundo dizem estão “isolados” dos outros. Alguns até mesmo costumam dizer que o “tal”crente que assim vive está ou “desviado [afastado] dos caminhos do Senhor” [não seria da denominação a que pertencia?] ou que o tal “apostatou da fé”. Esse erro leva a outros, dentre os quais está o fato de que o crente que não se congrega segundo o padrão estabelecido por esse sistema [o que consiste em“assistir aos cultos”] pode, como dizem alguns, “esfriar na fé”. Ao que parece, dentro dessas agremiações cristãs, o “termômetro espiritual” do crente está, ainda que em parte, relacionado ao numero de “cultos” que ele “assiste” ou às funções, cargos e “ministérios” que ocupa dentro da hierarquia mencionada.
 
Há aqueles que até mesmo chegam a criar princípios e “frases de efeito” para supervalorizar suas práticas com respeito à questão do culto: “Cada culto perdido é uma benção a menos!”, “Perder o culto é perder a benção”, e outros jargões semelhantes. Meu Deus, quanta ignorância, quanta imaturidade, quanta PRESUNÇÃO...
 
Não raras vezes, usando de uma exegese pouco recomendada, tomam textos das Escrituras e o interpretam a fim de apoiar suas convenções pré-concebidas e convenientemente estabelecidas. Por exemplo, tomando o texto de Hebreus 10:25, que diz “não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns”, dizem que não devemos abandonar à “igreja” [referindo-se à denominação, é claro!], pois, com isso, estaremos deixando os caminhos do Senhor, isto é, nos “desviando”.Ora, o texto em questão não está sequer fazendo menção, mesmo remotamente, sobre “igreja” ou denominação, mas à prática de nos congregarmos com aqueles que comungam a mesma fé, fundamenta unicamente nas Escrituras. “Congregação” aqui significa reunião e não “igreja” [templo físico, edifício de tijolos, etc.] e muito menos “organização humana” [denominação, seita, partido, etc.]. Repito: “Congregar”refere-se ao ato de se reunir com os que com um coração puro invocam ao Senhor (2 Timóteo 2:22). E isto todos os cristãos fazem, e de forma muito mais livre e autêntica [na liberdade do Espírito, é claro!], quando o realizam unicamente sob a direção do Espírito Santo, tendo apenas Cristo como centro (Mateus 18:20), e não o homem, como não raras vezes se vê nos sistemas denominacionais, onde a formalidade imposta pela chamada “ordem” do culto acaba inibindo a liberdade do Espírito, que é impedido de usar a quem quer e como quer, pois um “roteiro”deve ser seguido. Além disso, as ditas “autoridades eclesiásticas” acabam por inibir também os ditos “leigos”, a quem Deus deseja usar com um dom que Ele concedeu por Seu Espírito, em nome de uma suposta “ordem” no culto. Seria possível, nesse sistema, alguém que recebeu o dom de exortação, por exemplo, repreender o dito “pastor” que anda de maneira inconveniente e dissoluta?
 
Com total isenção e sem usar de parcialidade, responda a você mesmo: Você consegue ver no Novo Testamento o tipo de “culto”, ou toda a liturgia formalizada, tão amplamente aceita e praticada hoje nas incontáveis denominações cristãs?
 
Apesar do tom jocoso de minhas declarações logo abaixo, creio que elas podem muito bem refletir [excetuados os exageros da sátira proposta, é claro!] a prática corriqueira nos ditos "cultos" de grande parte das "igrejas" que existem por aí hoje:
 
“Canta mocidade, canta coral, canta o irmão ou irmã que chegou cedo só para poder colocar seu nome no roteiro, canta o metido a ‘cantor gospel’, ‘canta o galo’ [seria o mesmo que cantou quando Pedro negou Jesus? Só faltava essa!]. Enfim, nos últimos minutos do ‘culto’, o ‘pastor’,ou outro ‘obreiro’, que foi ‘revelado’ ao pastor, deveria entregar a mensagem, traz a ‘tão esperada’ PALAVRA DE VITÓRIA!”
 
Isso tudo não lhe parece familiar? Pois é, infelizmente é isso o que muitos hoje conhecem por culto cristão, mas que não resiste a uma honesta análise à luz das Escrituras! Pense nisso!
 
D. S . Castro.

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Um Chamado à Separação

Apesar de não sermos chamados a consertar a confusão que existe no testemunho cristão, existe algo que somos chamados a fazer para nos colocarmos na posição correta em relação a essa confusão. O apóstolo Paulo descreveu o abandono da Verdade no testemunho cristão como algo tão confuso que apenas o Senhor seria capaz de distinguir entre os que são reais e os que são falsos. Ele segue dizendo que nossa responsabilidade nisso tudo é nos apartarmos daquilo que sabemos que está errado, e que é inconsistente com a verdade das Escrituras. "Qualquer que profere o nome de Cristo [o Senhor] aparte-se da iniquidade" (2 Tm 2:19).
 
A fim de ilustrar este ponto tão importante, Paulo usou a figura de uma "grande casa" para descrever a confusa condição existente na cristandade. Na casa há uma mistura de vasos "de ouro e de prata" (os verdadeiros crentes), e também de "pau e barro" (os falsos, meros professos). Alguns desses vasos são "para honra" e alguns "para desonra". Se um cristão pretende ser um vaso "santificado" para honra, adequado para todo e qualquer uso para o qual o Mestre possa convocá-lo, ele precisa passar pela experiência de se purificar, separando-se daqueles vasos que se misturaram no atual e confuso estado de coisas. Paulo diz: "De sorte que, se alguém se purificar destas coisas, será vaso para honra, santificado e idôneo para uso do Senhor, e preparado para toda a boa obra" (Tm 2:20-21).
 
Portanto, o chamado do Senhor para cada cristão que se encontra identificado com a confusão na "grande casa" é separar se. Apesar de não podermos sair da "grande casa" (pois isto significaria deixar completamente de professar que somos cristãos), podemos e devemos nos separar da desordem que existe na casa. Veja também 2 Coríntios 6:14-18; 2 Timóteo 3:5; Apocalipse 18:4.
 
Por que nos separarmos?
 
Alguém poderia perguntar: "Por que a separação é tão importante?" A resposta é simplesmente porque podemos ser – e efetivamente seremos – contaminados por nossas associações! A maioria dos cristãos acredita poder se associar a qualquer coisa que for de sua vontade sem que sejam afetados por isso. A Bíblia, porém, ensina que somos afetados por aqueles com quem nos associamos. "As más companhias corrompem os bons costumes" (1 Co 15:33; 1 Tm 5:22; Ag 2:10-14; Dt 7:1-4; Js 23:11-13; 1 Rs 11:1-8 etc.).
 
Entendemos que este não é um tópico muito popular entre os cristãos hoje em dia, mas Deus nos disse essas coisas para que pudéssemos ser preservados das sutis corrupções orquestradas pelo inimigo de nossa alma, Satanás. As coisas que Deus disse em Sua Palavra são para o nosso bem, e não por Ele ser um estraga prazeres. Deus nos ama e se importa conosco, e sabe o que é melhor para nós. E lembremo-nos de que nunca somos mais sábios do que a Palavra de Deus.
 
(Trecho do livro “A Ordem de Deus para os Cristãos Congregarem Para Adoração e Ministério – A Resposta Bíblica à Ordem Eclesiástica Tradicional”. Bruce Anstey. Editora Verdades Vivas)

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Chamados para Sofrer

 
Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim. Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário, dele vos escolhi, por isso, o mundo vos odeia. Lembrai-vos da palavra que eu vos disse: não é o servo maior do que seu senhor. Se me perseguiram a mim, também perseguirão a vós outros... (João 15:18-20).
 
Todo cristão é chamado a sofrer por amor a Cristo. Não há exceções. Se esta verdade não está sendo vivenciada por alguém que se diz discípulo de Cristo, então há algo de errado com o seu cristianismo.
 
Primeiramente, devemos lembrar que há uma irreconciliável inimizade entre Cristo e o mundo. De igual modo, o mundo deve odiar todo aquele que decide seguir a Cristo, isto é, tornar-se Seu discípulo (João 15:18). Isto significa que um autêntico cristão, jamais deverá ser horando pelo mundo, a menos que seu testemunho não esteja de acordo com o que Cristo requer daqueles que decidem segui-Lo. Em segundo lugar, as palavras de Cristo não é o servo maior do que seu senhor” não fariam qualquer sentido se não experimentássemos efetivamente em nossa caminhada cristã as perseguições advindas daqueles que antes odiaram nosso Mestre e Senhor.
 
É importante esclarecer, que não estamos nos referindo às tribulações e dificuldades corriqueiras da vida de qualquer ser humano, que nada mais são do que as justas consequências de nossa rebelião contra Deus, mas sim dos ferozes ataques ao evangelho de Cristo perpetrados contra aqueles que desejam viver piamente para Ele (2 Timóteo 3:12: “E também TODOS os que piamente querem viver em Cristo Jesus PADECERÃO PERSEGUIÇÕES”).
 
Infelizmente, a grande maioria dos que se dizem cristãos hoje, têm mantido um vergonhoso “caso de amor” com o mundo, amando mais as honrarias e o louvor dos homens do que a Deus (João 12:43). Esses autointitulados “cristãos”, que em geral ocupam posições de destaque dentro de seu grupo, nunca saberão o que é sofrer pela causa de Cristo [e nem mesmo o admitem!], pois “seu estômago é o seu ‘deus’” e a desfaçatez de suas suaves palavras de lisonja apenas esconde sua covardia em assumir uma posição definida ao lado de Cristo e do evangelho. Assim como eles amam o louvor dos homens, assim também retribuem suas bajulações com a mesma atitude deplorável. Eles jamais tomarão a sua cruz para verdadeiramente seguir a Cristo, pois tal atitude demandaria impensáveis perdas, segundo o padrão confortável em que vivem. A estes, porém, as Escrituras fazem lembrar: “Porque qualquer que quiser salvar a sua vida perdê-la-á, mas qualquer que perder a sua vida por amor de mim [de Cristo] e do evangelho, esse a salvará” (Marcos 8:35).
 
Que Deus nos conduza sempre a um auto-exame de nossa consciência para com Deus, para vermos se realmente permanecemos na verdadeira fé (2 Coríntios 13:5), a qual, acima de tudo, envolve negarmo-nos a nós mesmos e declarar TODA a verdade de Deus com coragem e sem qualquer concessão, ainda que isso nos custe um alto preço!
 
D. S. Castro.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

“Ser” ou “Não ser” por Cristo!

 
Quem não é por mim é contra mim; e quem comigo não ajunta espalha. (Lucas 11:23)
 
Você consegue ver neutralidade nesta passagem? Será que aqueles que, a despeito de se dizerem cristãos, tratam com indiferença a causa de Cristo [o evangelho] por puro interesse pessoal, estão isentos do juízo de Deus? Certamente, Cristo espera que tomemos uma POSIÇÃO DEFINIDA quanto a Ele. Como Ele mesmo disse em outra ocasião: Não podemos servir a dois senhores! (Mateus 6:24). O lamentável é que muitos cristãos hoje [e sempre] insistem em permanecer “em cima do muro” quando se trata de defender com convicção e autoridade as eternas verdades do evangelho. Receosos de ofender aqueles que relativizam a verdade, eles acabam também tratando-a com indiferença. E quando a questão envolve o risco de ter que romper relacionamentos, abdicar de posições, abrir mão do tão atraente louvor dos homens, a situação é ainda mais lastimável! Nesta passagem, Cristo é categoricamente firme: Quem não é por mim é contra mim! “Ser por Ele”, contudo, não significa viver um cristianismo maculado com as filosofias e práticas do mundo, cuja máxima é o amor subjetivo acima de tudo, que a todos “respeita” e que a tudo tolera em nome da unidade. Também não significa aceitar as “diferenças” quando a verdade é comprometida. “Ser por Ele” significa andar como Ele andou, seguir os Seus passos, carregar nossa cruz, pouco importando se com isso seremos odiados, desprezados e até perseguidos, pois por tudo isso Ele passou para nos garantir o presente da salvação, e para nos dar o exemplo a ser seguido. O quê você tem se mostrado disposto a sacrificar para “Ser por Ele”? Esteja certo de que Ele não aceita menos do que a sua vida por completo, em inteireza de corpo, mente e espirito! Se contudo, movido por interesses pessoais e, por que não dizer, egoístas, você não é capaz de “Ser por Ele” em TUDO, saiba que não há “meio termo” aceitável, você será “Contra Ele”... Você não estará “ajuntando” para Ele, mas “espalhando”. Pense nisso!
 
D. S. Castro.